Professora do Instituto Federal de Brasília desde 2010, licenciada e bacharela em Letras, mestra e doutora em Educação. Possuo especialização em língua portuguesa; em Educação para a Diversidade e a Cidadania; e em Gestão de Políticas Públicas de Raça e Gênero e formação em psicanálise pela Associação da Refundação Psicanalítica Internacional – Brasil.
Sou filha de Brasília, nascida na Asa Norte, na década de 1970, em uma família oriunda de diversos estados brasileiros: Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Goiás. Assim, criei-me em Brasília aprendendo a conviver e a respeitar as diferenças. Também me criei em áreas rurais localizadas nos arredores da cidade, o que me permitiu construir laços muito fortes com o cerrado. Como poetiza Nicolas Behr, “nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado”.
Estudei todo o ensino fundamental no Instituto Nossa Senhora do Carmo. As irmãs carmelitas foram muito importantes na minha formação, inclusive do ponto de vista político-social. Humildade, caridade, sobriedade e compromisso com o trabalho são valores da ordem carmelita que pude vivenciar na maior parte da minha educação básica. A solidariedade praticada em família, juntamente com os valores carmelitas, foi essencial para que eu me desenvolvesse com base na empatia.
Ao final da educação básica, minha paixão pela leitura conduziu-me ao curso de Letras. Fazer graduação em Letras e atuar como professora foram minhas primeiras opções, foram minha escolha de vida. Sou filha da UnB. Passei cerca de vinte anos na Universidade de Brasília cursando licenciatura, bacharelado, mestrado, doutorado, especializações. Como estudante de graduação, participei de programas de extensão e fui bolsista PIBIC. O ensino, a pesquisa e a extensão fizeram parte da minha formação. Tive a oportunidade de vivenciar o tripé ensino-pesquisa-extensão em toda a minha formação inicial.
Comecei a atuar em sala de aula em 1994, inicialmente em cursinhos pré-vestibular e, posteriormente, em escolas particulares de ensino médio. Tive uma experiência, mais curta, no ensino fundamental. Atuei em cursos de graduação de faculdades particulares e na UEG/Posse no período de sua criação. Ministrei disciplinas em cursos de especialização na PUC-Goiás. Também atuei como revisora.
Em 2005, ingressei no serviço público federal. Passei a atuar no Ministério da Educação como Técnica em Assuntos Educacionais. No MEC, minha experiência foi na Secretaria de Educação Superior. Passei três anos atuando na regulação da educação superior, inclusive tendo vivenciado a criação do sistema e-mec. Em 2008, atuei na diretoria de hospitais universitários e residências em saúde, o que me permitiu estabelecer relações entre educação e saúde. A experiência no MEC trouxe-me a visão macro da educação brasileira, uma vez que, atuando na regulação e na residência, pude conhecer a realidade das instituições de educação superior de todos os estados brasileiros. Ademais, pude também me especializar na legislação da educação brasileira.
Dessa forma, quando cheguei ao IFB, em junho de 2010, já havia vivenciado muitas experiências: educação básica, educação superior (graduação e pós), escolas particulares, instituições públicas no interior, Ministério da Educação. Em 2010, havia chegado a vez de desbravar a educação profissional.
Inicialmente fui lotada em Samambaia. Lá atuei nos seguintes eixos tecnológicos: infraestrutura (técnico em edificações); produção industrial (técnico em móveis); ambiente e saúde (técnico em controle ambiental). Em Samambaia ministrei aulas nos cursos FIC, nos técnicos subsequentes, nos integrados e no Proeja, além de atuar também na licenciatura em educação profissional e tecnológica, cujo projeto teve minha contribuição em sua construção. Estive à frente da coordenação pedagógica do Campus Samambaia por aproximadamente dois anos.
Nos meus seis primeiros anos no IFB, no Campus Samambaia, participei de comissões de elaboração de plano de curso técnico, integrado e proeja, licenciatura em ept, fui membra do Napne, atuei no núcleo de apoio pedagógico. Desenvolvi com os estudantes diversas atividades de extensão. Em parceria com a UnB, desenvolvi pesquisa sobre letramentos profissionais na construção civil.
Ainda nos meus seis anos iniciais de Instituto, contribui com a construção do PDI, estive no primeiro conselho editorial da Revista Eixo, fui membra da primeira Comissão Própria de Avaliação (CPA), acompanhei a primeira visita de reconhecimento de curso superior no Campus Planaltina como membra da CPA. Em 2013 e 2014, estive à frente da Diretoria de Desenvolvimento de Ensino da Pró-Reitoria de Ensino.
Em 2016, passei a atuar no Campus Taguatinga, onde estou lotada até hoje. Em Taguatinga, atuo no eixo tecnológico de produção cultural e design (técnico em artesanato – Proeja) e no eixo tecnológico de controle e processos industriais (técnico integrado em eletromecânica). Também trabalho nas duas licenciaturas do Campus, Computação e Física, no bacharelado em Ciência da Computação e no Tecnólogo em Automação Industrial. Fiz parte do núcleo docente estruturante das duas licenciaturas. Fui membra do Napne e do Núcleo de Apoio Pedagógico. Integrei comissões de revisão de plano de curso e de elaboração do projeto político pedagógico do Campus. Oriento estudantes das duas licenciaturas no trabalho de conclusão de curso. Desenvolvo vários projetos de pesquisa e extensão, inclusive com estudantes do proeja como bolsistas de pesquisa. Juntamente com colegas do Campus Taguatinga, iniciamos no Campus, em 2017, o Neabi e o Nugedis. Fui orientadora do Programa de Residência (CAPES) em sua primeira edição: orientei 27 estudantes de Física e de Computação em um projeto multidisciplinar.
Integro também o colegiado do ProfEPT, mestrado profissional em educação profissional em rede. Entrei no primeiro processo seletivo. No programa, faço parte da linha de pesquisa intitulada Práticas Educativas em Educação Profissional e Tecnológica. Desde 2021, atuo como pró-reitora de ensino no IFB. Juntamente com a atual gestão e com os servidores e servidoras da Pren, auxiliamos os campi no processo de retomada da presencialidade. Nesses dois anos, além de gerir os desafios impostos no período de pandemia, também tivemos de planejar ações para a retomada da presencialidade.
Para além disso, produzimos diversas orientações, fizemos documentos, retomamos o plano de permanência e êxito, aprimoramos o PIPA, dando destaque a projetos de predição da evasão e ações de permanência. No sentido de avançar nas ações do ensino, retomamos a revisão do regulamento do ensino médio integrado, iniciamos a construção da política de EJA no IFB, institucionalizamos o índice de vulnerabilidade social (IVS), estamos no processo de criação de um centro de referência EaD e da escola virtual, introduzimos a oferta de cursos pela UAB, inserimos a assistência estudantil no IFB em números, criamos o projeto Dicas Pedagógicas, trabalhamos em parceria com outros setores para viabilizar um auxílio alimentação à educação básica por meio de recurso de emenda parlamentar, entre outras ações. Vale destacar que o primeiro grande desafio enfrentado ao começar os trabalhos na Pren foi o recredenciamento da Instituição para oferta de educação superior. Por meio de um trabalho coletivo e colaborativo, conseguimos atingir o conceito de excelência.
Minha trajetória revela, portanto, a existência de liderança pedagógica, política e organizacional que me legitima a colocar o meu nome à disposição para consulta à comunidade para cargo de reitora do IFB (2023-2027) para coordenar a implementação do “Projeto Educação em Pauta”.